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This blog is a compilation of thoughts on things I've been learning.

Wednesday, November 30, 2005


Pensamentos-reação à análise dos críticos à apresentação da coreografia "Despidas por seus celibatários", dia 29/11/05, no condança.

O que é o pensamento contemporâneo?
Embora esse pareça um tópico frasal promissor, que vai gerar um texto profundo, intrincado, esclarecedor e ao mesmo tempo dúbio, ele é só uma pergunta.
Ouvi os grandes críticos de dança falar sobre isso: aplicar o pensamento contemporâneo a uma coreografia de estilo flamenco, por exemplo. E o que será esse pensamento contemporâneo?
Múltiplas implicações
Quebra de expectativas
Ausência de clichês
???


Estamos trabalhando em um projeto que valoriza os estados psicológicos. Pressupõe narrativa. Pressupõe intenções, pressupõe personagem. Não é movimento pelo movimento. O movimento que está ali tem que ser significativo dentro do tema.
Há um espaço a ocupar e um tempo a preencher. O espaço é restrito ou se expande? O véu de poeira de New York vela a intimidade da estátua. Esse véu é a coisa urbana; é a coisa social, é a coletividade movida a trabalho e tecnologia. E lá no meio da urbe alguém faz arte, e diz: eu tenho uma coisa pra dizer pre vocês. Mas essa coisa não é livre; não vem pura. Ela se submete à poeira, como todas as outras coisas. Como as calçadas, os narizes e as mulheres.
Propôe-se o trabalho a falar sobre a mulher. A despir a mulher contemporânea. Mulher é uma instituição? é um tipo de ser humano? é o que diz a revista Cláudia?


Mulher pensa, como todos os humanos pensam.
Mulher exerce muitas atividades, tanto em espaços privados como em espaços públicos. Geralmente todos os humanos adultos também fazem isso.
Mulheres lutam pela "igualdade entre os sexos".
??? O que é isso?
Não seria mais coerente lutar pela dignidade da pessoa? Qualquer pessoa?
O que mulheres têm em comum com outras mulheres; o que mulheres têm em comum com todos os humanos?
Mulher é uma diferenciação de sexo?
é uma diferenciação de anatomia sexual ou de comportamento sexual?
Homens são outro tipo de seres humanos?
Há ainda mais tipos de seres humanos? Eunucos, se existem, são outro tipo de ser humano ou são homens e mulheres também?
Transformistas são homens, mulheres ou outra categoria?
E gays com qualquer configuração fenotípica?
Caracteres sexuais secundários caracterizam uma mulher? Depois disso os aportes psicológicos são uma consequência social?
E eu, mulher hoje, tenho alguma questão pessoal, ou sigo sendo mulher e pronto, feliz e sem conflitos?
Aprendi a ser mulher ou nasci mulher?
Desde que eu nasci, me botaram esse rótulo, nessa categoria. Mulher. Sexo feminino, tenho órgãos sexuais com a mesma configuração dos outros seres chamados de mulher. Falo como mulher. Sento, ando, danço, como, tomo banho, estudo, etc., como mulher. Mulher é o que eu sou e apenas o que eu posso ser nesta vida. Há quem se esforçe muito e mude, mas eu não sinto a necessidade de mudar. Eu não sinto necessidade de mudar nada; as pessoas é que têm que mudar, e só se elas quiserem. O mundo não muda; ele reage.
Eu acho que só queria dizer que não é nenhum fardo ser mulher.
Dizem que menstruação é ruim...
Sim, dói, incha, irrita, custa caro. É uma prova de que nosso corpo é animal, formado da Terra e por ela alimentado. Ele tem um meio de reprodução, de geração de novos corpos. Se não fosse o nosso corpo, seria o de outros, talvez dos homens ou dos eunucos ou dos gays. Tanto faz. Não estamos em desvantagem quanto a eles, esse é um preço da raça toda, por não sermos anjos, mas organismos multicelulares de reprodução sexuada.
E quem deseja se reproduzir, afinal de contas? Se desejar, o faça; senão, deseje que não, e continue sendo uma mulher, depois uma mulher velha, depois um corpo morto que volta para a terra. Do pó viemos, ao pó retornaremos, e a poeira de New York cobre tudo no séc. XXI. Cobre um pouco, deixa velado. Despindo-se, encontra-se um corpo. Dentro desse corpo, pensamentos. Efêmeros pensamentos que geram estados que se inundam de emoções e a merda está feita, porque das emoções partem os erros e os equívocos e as dores que não são físicas.
Parece que mulhees cultivam com um carinho delas as dores não físicas. Por que mais as mulheres do que as outras categorias de humanos? (Só estou supondo que seja real essa concepção do senso- comum) Explica-se pela história, pela sociologia, pela genética?
Tudo é muito quente no final de novembro.

Friday, November 04, 2005


Um dia feliz pode ser feito de 5 pequenas boas notícias!


Só pra começar, é sexta-feira, o melhor dia da semana. Mas algumas pequenas coisas foram sendo boas hoje 04 de novembro de 2005, e só depois que eu recebi a 5ª pequena boa notícia de hoje é que eu me dei conta de quantas coisas boas tinham ocorrido no meu dia, e geralmente ocorrem na minha vida, e passam de uma maneira tão normal que não me enchem desse estado de graça, de aleluia que é tão bom, porque é como desejo estar sempre.
Então me dei conta de que é preciso cultuar essse estado de leveza feliz, e saboreá-lo, pois assim fica claro e notório que realmente a existência está sendo boa para mim neste momento.
Mas vamos às notícias. Elas são tão pequenas, algumas menores do que as outras, que pode parecer que eu estou forçando a felicidade. Mas a soma delas todas é num bocado de bons momentos, e isso é suficiente para um estado de gratidão.
1ª notícia (e a menor delas): A Janaína, minha colega de orientação do TCC lembrou e hoje de manhã pagou uma pequena dívida que tinha comigo. Realmente uma quantia ínfima de dinheiro, mas cuja lembrança de vez em quando me atormentava. Era um sentimento desagradável de que algo que me era de direito não tinha sido cumprido, pois esse dinheiro eu emprestei para ela quando preenchi um cheque para ambas comprarmos alguns livros lá na faculdade. Deve fazer mais de dois meses que isso aconteceu. Tivemos poucos encontros desde então, e em apenas um deles eu a lembrei discretamente da dívida... da qual ela tinha esquecido, e que naquele momento não podia saldar. ois essa coisa de vez em quando circulava pela minha cabeça e me dava um sabor psicológico de perda e de injustiça, que é um dos sentimentos que mais me perturbam. Posteriormente esse valor veio a compor parte do pagamento do meu almoço de hoje, e isso confirma a minoridade da quantia em questão.
Não muito mais tarde, veio a 2ª notícia, esta já de bem mais peso, pois pode ter consequências mais abrangentes em fatos posteriores em minha existência (exiSTELência). Na reunião com a nossa orientadora de TCC, a mui digna Profª Drª Liane Hentschke, foram tecidos muito bons comentários sobre o andamento de meu trabalho até o momento. O Texto causou boa impressão; parece que a análise dos dados que obtive em minha pesquisa tem coerência e alguma relevância. A professora sugere fortemente que o trabalho seja publicado em forma de artigo em publicações indexadas de Universidades, o que significa divulgação em veículos de alta respeitabilidade. Além disso, ela é favorável que eu faça a divulgação do trabalho no Condança, o que vai me custar vários Reais da inscrição, mas que também é um ótimo meio de mostrar o que foi feito e de obter feedback de estudiosos da dança.
O dia transcorreu normal e tranquilo a partir daí, e a 3ª pequena boa notícia estava no meu e-mail. Mais uma vez trata-se de coisa de menor âmbito, mas que por alguns segundos me causou alguma satisfação. Desde que minha ponteira com gel se rompeu, tenho procurado em lojas e sites, e simplesmente não existe mais o mesmo modelo, que é tão confortável para meus pés. Após uma série de navegações e e-maila, descobri um comerciante da California que expõe em seu site uma ponteira muito semelhante à que eu usava. Infelizmente, dizia que estava em falta no estoque, e escrevi para eles perguntando se ela voltaria a ser vendida. Pois hoje recebi a resposta, e diz que na verdade ela existe no estoque. Ou seja, assim que eu me dispuser a investir alguns dólares (não muitos, mas o frete, etc.) parece que é possivel que eu venha a ter um produto muito semelhante ao que tanto gosto.
A 4ª notícia também se relaciona a um e-mail, mas de outra maneira. Tem um espetáculo em cartaz sobre um tema que muito me atrai (O buraco de Alice), e que eu estava curiosa em assistir. Seguidamente recebia e-mails avisando os horários, datas e valor do ingresso (um brinquedo ou R$3,00) e falando da necessidade de agendar a presença, pois tem vagas limitadas. Então eu estava adiando a decisão sobre quando ir... Pois o e-mail de hoje era sobre um sorteio: as 12 primeiras pessoas que mandassem uma resposta seriam contempladas com o ingresso para o espetáculo de hoje, uma "sessão maldita" (11:59). Enviei, na tentativa, pois já eram mais de cinco horas da tarde. De qualquer maneira. fiquei atenta ao telefone enquanto estendia a roupa, preparava um doce... E ela ligou. Coloquei meu nome e o do Giovani, e logo mais à noite iremos.
A 5ª boa notícia de hoje era ansiosamente aguardada, mas sem previsão de chegada. Desde que estamos com o carro, só conseguimos vaga em uma garagem a umas seis quadras daqui, em um lugar perigoso e deserto. A garagem aqui em frente estava lotada, e com vários pretendentes desejosos de ocupá-la. Por sorte, ainda esta semana passei ali um dia e lembrei o rapaz da oficina que estávamos aguardando vaga e que tínhamos deixado o carro tão longe... Hoje, há cerca de uma hora atrás, ele apertou o nosso interfone e avisou que vagou um box... E amanhã de manhã devemos acertar com ele e ocupar esse espaço. Isso foi muito bom, e foi a gota d' água que me fez perceber que o dia de hoje foi bom, muito bom para mim, não por nada tão glorioso, mas por uma série de pequenas coisas.
Será que algo em mim é muito pequeno, ocasionando que os fatos que me fazem feliz sejam coisas miúdas, sem importância? Será que algo em mim é muito grande, que me faz celebrar entusiasmada umas vitórias tão pequenas?
Espero que pequena seja a minha arrogância e que grande seja a minha generosidade, e que assim se prove verdade portodos os séculos. AMEN

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O meu melhor papel nesta vida é o da aprendiz. Por isso o nome deste blog é apprenticeship, e provavelmente por isso gosto e quero fazer cada vez melhor o papel de professora. ..